Onde tudo começou
“Na minha família, nem amigos de familiares próximos, não havia ninguém do direito”
Assim começa a trajetória de Gabriela Fontenelle, Juíza Federal, professora de Direito Ambiental e exemplo de determinação para quem sonha em construir sua carreira na magistratura.
“O direito sempre se mostrou como algo que poderia ser muito próximo daquilo que eu já gostava de fazer.”
Ainda no ensino médio, sem referências próximas na área jurídica, Gabriela percebeu que o Direito reunia as características que a encantavam:
O gosto pelos estudos, a leitura e, principalmente, a possibilidade de lidar com questões humanas e sociais de forma estruturada.
Foi durante a faculdade que ela começou a transformar esse interesse em um verdadeiro propósito de vida.
E foi também ali, em sala de aula, observando o comportamento de um professor, que o sonho de ser juíza ganhou forma:
“Eu disse: ‘Olha, de todos os professores que eu tive, o perfil de atuação que ele transparecia na sala de aula, é o que eu acho que seria mais próximo da minha realidade.’”
O dia que ela decidiu ser juíza e nunca mais olhou para trás
Durante a graduação, Gabriela aproveitou ao máximo as oportunidades de estágio, passando por Defensoria, Ministério Público, Justiça Estadual, Justiça Federal e Ministério Público Federal.
Cada experiência foi ampliando sua visão sobre o Direito e ajudando a consolidar a escolha pela magistratura federal.
Ela sempre se viu como alguém que busca soluções para conflitos, o que acabou reforçando ainda mais a identificação com a magistratura:
“Eu sempre gostei muito de uma frase que eu dizia: ‘A felicidade não é a ausência dos conflitos, porque conflitos, seja na esfera pessoal, profissional, vão existir, mas é a habilidade para lidar com eles.’”
Foi essa habilidade que ela percebeu ser essencial não só para a vida, mas para o exercício da magistratura, e a partir daí, não teve mais dúvidas…
Decidiu que queria ser Juíza Federal.
Quando o sonho vale mais do que o dinheiro
Gabriela foi aprovada em vários concursos antes da magistratura: Banco do Nordeste, BNDES, quatro concursos de analista, além de um concurso de cartório.
Apesar da estabilidade e da possibilidade de altos salários, ela fez uma escolha que, para muitos, pareceria ousada:
Abriu mão de tudo para seguir o sonho da magistratura!
“A satisfação que eu tenho no exercício do meu cargo… parece da boca para fora falar, mas não tem um dinheiro a mais que pague.”
E essa convicção só se fortaleceu com o passar do tempo.
“Hoje, com 10 anos de carreira, o meu entusiasmo e a minha empolgação no exercício são os mesmos do primeiro dia. É a mesma do dia que eu desisti dizendo que ia estudar para a magistratura.”
A escolha corajosa de dizer não
Gabriela também relembra o momento em que, mesmo aprovada em concursos de analista e com o cartório garantido, tomou a difícil decisão de não assumir.
Apesar das oportunidades promissoras e do retorno financeiro que esses cargos trariam, ela seguiu firme no propósito de se dedicar exclusivamente à preparação para a magistratura.
Nem mesmo a preocupação do pai, foi suficiente para fazê-la mudar de ideia:
“Meu pai, como um bom economista, fez várias contas e disse: ‘Pronto, minha filha agora vai ficar nesse cartório e vai desistir do sonho.’ Mas eu disse: ‘Pai, de fato, não. Porque claro […] tem outras carreiras que remuneram melhor… Mas não era o dinheiro.’”
Gabriela tinha plena convicção do seu objetivo, e estava disposta a abrir mão de outros caminhos para conquistar o seu sonho.
O que fez a diferença no caminho até a aprovação
Desde o início, Gabriela sabia que o sonho da magistratura exigiria muito mais do que vontade.
E foi justamente a disciplina, que a acompanhava desde a faculdade, que abriu caminho para construir o método que a levaria até lá:
“Meu pai, que é uma pessoa que sempre me apoiou muito em relação aos estudos… em cada começo de semestre a gente ia na livraria, e eu agradeço por ter tido essa condição, porque me marcou e me ajudou muito”
Essa dedicação ao básico, aos conceitos fundamentais, foi um dos diferenciais que ela carregou ao longo dos anos:
“A profundidade às vezes está em voltar para o conceito basilar. Porque depois a gente percebe o quão profundo é.”
Com o tempo, ela entendeu que não bastava apenas estudar o conteúdo, era preciso focar no que realmente fazia diferença para os examinadores:
“Eu precisava mostrar profundidade, me faltava. E com a prova dos aprovados eu pude me nortear.”
A partir desse olhar mais estratégico, o planejamento ganhou ainda mais força:
“Eu sistematizava sempre que saía um edital […], dissecava como eu ia estudar aquele edital […] pegava uma agenda. Se eu tinha três meses até o concurso, eu elencava as principais leis que eu iria ler.”
Foi assim que ela foi construindo o caminho até a tão sonhada aprovação.
O que a experiência e os erros ensinaram
Mas como em toda jornada, Gabriela também enfrentou erros e ajustes ao longo do percurso.
E ela não esconde:
“Talvez um erro no começo, e isso que me levou a quatro reprovações, foi ter achado que o método de estudo que eu utilizei para os outros concursos daria certo para a magistratura, quando ela exige essa profundidade maior de raciocínio.”
Esse reconhecimento foi o ponto de virada.
A partir dali, ela entendeu que precisaria elevar o nível, buscar profundidade e mudar o método para alcançar o sonho da magistratura federal.
O segredo para não desistir nunca
Gabriela resume seu segredo para o sucesso com simplicidade e uma frase que carregou por muito tempo:
“A gratidão por todos os dias é a chave da felicidade e da persistência.”
E reforça:
“É justo que muito custe o que muito vale.”
Para ela, a caminhada foi difícil, mas o sentimento de estar no lugar certo, exercendo o cargo que ama, compensa cada sacrifício.
Direcionamento Nível Ênfase
Gabriela é a prova de que, com dedicação e o método certo, é possível transformar o sonho em realidade, mesmo que o caminho exija abrir mão de outras oportunidades.
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Abraço,
Time Ênfase