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ToggleComo tudo começou…
“A definição do Direito veio aos 45 do segundo tempo. Na verdade, eu não sabia bem o que eu queria.”
É assim que começa a história de Carla Cursi, Juíza Federal da 4ª Região, que compartilhou com João Mendes os altos e baixos da sua preparação até a aprovação.
Carla cresceu no interior de São Paulo e estudava em um colégio voltado para Exatas, com forte influência do ambiente do ITA.
Por muito tempo, cogitou seguir na Engenharia, chegou até a fazer testes vocacionais, mas o resultado só aumentou a indecisão: indicaram aptidão para todas as áreas.
O ponto de virada veio quando sua mãe a levou, quase por acaso, para conhecer o prédio histórico da Faculdade de Direito do Largo São Francisco (USP), em São Paulo.
O encantamento foi imediato, ali nasceu o interesse pelo Direito.
Durante a graduação, envolveu-se com atividades acadêmicas e começou a conhecer o mundo jurídico pelos estágios.
O contato com a prática da advocacia, no entanto, mostrou que aquele não era o seu caminho…
Foi então que ao ser aprovada no concurso para técnica judiciária do TRF da 3ª Região, ainda no último ano da faculdade, seu rumo começou a mudar.
Começou a atuar na Justiça Federal, onde se envolveu com o trabalho em vara previdenciária e foi alocada diretamente no gabinete.
A experiência aprofundada ali, somada ao seu interesse pelo Direito Público, confirmou que a Justiça Federal era, de fato, o caminho que mais fazia sentido para sua trajetória.
Foi nesse cenário que ela começou, de fato, a se preparar para os concursos da magistratura.
Superando a crise e reconstruindo a jornada
Apesar da forte identificação com a carreira, o caminho de Carla até a magistratura foi longo, exigente e, em muitos momentos, emocionalmente difícil.
Durante oito anos, ela se dividiu entre os estudos e o trabalho como servidora da Justiça Federal.
Em 2019, Carla enfrentou o momento mais difícil de sua jornada: uma sequência de reprovações sucessivas que colocaram à prova sua saúde emocional e sua motivação para continuar.
“Eu fiz 10 primeiras fases em um ano. Era praticamente uma por mês, e praticamente em todas eu reprovava por um ponto, dois pontos, três pontos.”
O acúmulo de tentativas sem sucesso abalou seu psicológico:
“Eu realmente fiquei psicologicamente muito debilitada… era uma série de frustrações.”
Nesse momento, ela percebeu que precisava parar, reorganizar sua vida e cuidar de si, dentro e fora dos estudos.
Foi aí que começou a verdadeira virada de chave, que envolveu tanto mudanças práticas do dia a dia, quanto emocionais.
“Procurei acompanhamento psicológico. Foram seis anos de terapia ininterruptos que eu fiz. A terapia foi indispensável.”
Além do suporte profissional, Carla tomou decisões importantes na vida pessoal.
Abriu mão de antigas rotinas que já não faziam mais sentido e reformulou totalmente sua estrutura de vida.
Mais do que isso, passou a adotar uma nova mentalidade diante do processo:
“Eu me realinhei no sentido de parar de esperar que as coisas dessem certo para viver.”
Essa reconstrução foi essencial para que Carla retomasse o equilíbrio, reencontrasse o foco e, principalmente, seguisse com leveza rumo ao objetivo que hoje é realidade: ser juíza federal.
A mudança no estudo que virou o jogo
A grande virada na trajetória de Carla também passou pela forma de estudar.
Antes de 2019, seu estudo era marcado pela desorganização e falta de sistematização:
“Antes era bastante desorganizado. Então eu não tinha assim um controle certo das disciplinas que eu estudava nem daquilo que eu estudava dentro de cada disciplina. […] Eu tinha um estudo meio circular, eu ficava revisando mais ou menos as mesmas coisas.”
Ela conta que, nesse período, fazia apenas uma atividade por dia, como assistir a uma videoaula ou ler uma sinopse, e isso tornava o conteúdo inadministrável.
A partir de 2019, depois de um ano de reprovações sucessivas, Carla percebeu que precisava de uma virada de chave.
Começou, então, a estruturar um método próprio:
“Eu repartia o meu cronograma com todas as disciplinas do edital. Então eu pegava todas as matérias que caíam ali na magistratura […] e dividia elas ao longo da semana. Buscava estudar duas disciplinas por dia, uma de manhã e uma de noite. E dentro de cada disciplina, todo dia, eu tentava estudar lei, doutrina ou resumo a depender da matéria, jurisprudência e realizar questões.”
Para manter o controle do que estudava, Carla registrava exatamente o conteúdo estudado a cada dia.
Ela também organizava seus estudos de forma a garantir variedade e equilíbrio: dentro de cada disciplina, ela procurava combinar diferentes tipos de conteúdo, adaptando conforme a necessidade de cada matéria.
Além disso, alternava o estudo de disciplinas mais densas com outras mais leves, para evitar sobrecarga e manter um ritmo sustentável de aprendizado.
Essa nova metodologia trouxe resultados concretos!
O que funcionou de verdade na preparação da Carla
- Organização semanal e registro manual:
Carla estruturava seus estudos semanalmente, utilizando uma agenda para anotar com exatidão tudo o que havia estudado em cada dia. - Combinação de matérias fáceis e difíceis:
Ela organizava sua rotina diária alternando matérias mais densas com outras de conteúdo mais leve, garantindo um equilíbrio mental e melhor aproveitamento do tempo. - Revisão por meio de questões:
Utilizava a resolução de questões como método de revisão. Toda semana, resolvia questões referentes ao conteúdo que havia estudado na semana anterior, permitindo uma revisão contínua e eficaz. - Adaptação do estudo à banca nas fases avançadas:
A partir da segunda fase, passou a estudar com foco no perfil dos examinadores. Carla mapeava os temas preferidos da banca, lia artigos e produções acadêmicas dos avaliadores e organizava seus estudos com base nessa análise.
Treinamento para prova oral com colegas:
Na fase oral, Carla intensificou a preparação por meio de treinos regulares com colegas. Participava de sessões de perguntas e respostas, tanto presenciais quanto virtuais, e trocava materiais e estratégias com os demais candidatos, criando uma rede de apoio e aprimorando sua performance oral.
Tropeços do caminho e o que ela aprendeu com eles
- Falta de organização no início da preparação
No começo da jornada, Carla sentiu dificuldade em manter um controle claro sobre o que já havia estudado. Sem uma estrutura bem definida, acabava revendo com mais frequência os conteúdos que já dominava, enquanto outros passavam sem revisão. - Dificuldade em conciliar o volume de conteúdo com o tempo disponível
Ela percebia que estudar apenas um conteúdo por dia, como assistir a uma videoaula ou ler uma sinopse, não era suficiente para acompanhar o ritmo exigido pelos concursos. - Resistência inicial à leitura da lei seca
Por considerar a leitura da legislação pura uma atividade difícil e cansativa, Carla demorou a incluir a lei seca de forma constante em sua rotina. Com o tempo, percebeu que ela era essencial para alcançar um bom desempenho nas provas objetivas, e passou a incorporá-la de forma consistente ao seu estudo.
Como ela virou a chave nas fases mais decisivas do concurso
Ao ser aprovada para as segundas fases dos concursos do TRF3 e TRF4, Carla precisou lidar com provas muito exigentes em um intervalo de tempo muito curto.
Uma semana separava a sentença penal de um concurso da outra.
A preparação intensa exigiu foco, estratégia e adaptação.
Ela conta sobre o desafio da gestão do tempo em uma prova extensa:
“Eu particularmente escrevo muito rápido, mas mesmo assim na sentença penal do TRF4 por exemplo, […] eu entreguei a sentença penal faltando um minuto para acabar o tempo.”
Para conseguir entregar a prova dentro do prazo, Carla desenvolveu uma tática específica:
“Eu fazia uma estruturação da minha resposta, eu pegava os principais pontos que eu tinha que responder e buscava colocar no rascunho o fundamento legal. [..] E transcrevia a resposta.”
Além do tempo curto, entender o perfil da banca foi decisivo para a adaptação na segunda fase.
Esse detalhe fez toda a diferença na forma de estudar.
Essa mudança de chave, parar de tentar revisar tudo e focar no que a banca mais cobra, foi fundamental para o bom desempenho de Carla nas discursivas.
Motivação final
Ao final da entrevista, Carla deixou uma mensagem simples, mas poderosa:
“Acredite no que você faz.”
Essa era a frase que ficava embaixo do seu monitor, e que a acompanhou durante os anos de preparação.
“Se hoje eu estou dando meu melhor, tem que dar certo sabe? […] Quando você se propõe a seguir uma carreira pública e passar por todo esse processo, ele tem um custo pessoal muito grande. Então, se você tá de acordo com isso, acredita nisso e vai!”
Direcionamento Nível Ênfase
Carla é um exemplo claro de como método, resiliência e coragem para se reorganizar fazem a diferença.
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E para assistir à entrevista completa do João Mendes com Carla Cursi, clique aqui!
Abraço,
Time Ênfase