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ToggleDe “Lei e Ordem” à Defensora
“Eu entrei na faculdade já com a ideia de prestar concurso, mas é até cômico falar hoje em dia, mas foi porque eu assistia muito aquela série Lei e Ordem.”
Assim começa a história de Luiza Morata, Defensora Pública do Estado do Amapá, que compartilhou com João Mendes uma trajetória marcada por descobertas, dedicação intensa e uma aprovação que muitos chamam de “rápida” – mas que, na verdade, foi cuidadosamente construída ao longo de anos.
Quando entrou na faculdade em 2016, Luiza tinha o Ministério Público como objetivo.
Mas foi durante um estágio em um gabinete de juiz que tudo mudou.
Luiza conta que havia uma brincadeira constante entre os colegas:
“Toda vez que chegava algum pedido de prisão preventiva ali pelo Ministério Público, eu sempre ficava tentando dissuadir o juiz de decretar aquelas medidas mais gravosas e acabava virando meu apelido ali, que era ‘Luiza defensora’.”
Foi a partir dessa experiência que ela decidiu conhecer mais profundamente a Defensoria Pública.
E desde então, do final do segundo para o terceiro ano da faculdade, Luiza afirmou que iria “prestar concurso única e exclusivamente de defensoria pública.”
A base que fez a diferença
Diferente de muitos concurseiros, Luiza não esperou se formar para começar a construir sua base de conhecimento.
Durante toda a graduação, ela se dedicou intensamente aos estudos, mantendo uma média global de notas muito alta.
Ela deixa uma recomendação valiosa:
“Se dedicar o máximo possível ainda nesse período, porque você acaba pegando alguns anos a menos ali de estudo para concurso. Então, basicamente, eu digo que minha base de estudos eu fiz durante a faculdade, porque eu realmente me dedicava muito.”
Após a formatura, Luiza trabalhou por um ano em um escritório de advocacia em São Paulo, mas não conseguia conciliar o trabalho intenso com os estudos para concurso.
Foi então que ela tomou uma decisão: saiu do escritório e passou a estagiar na Defensoria Pública do Estado de São Paulo como estagiária de pós-graduação, com uma renda menor, mas com a possibilidade de se dedicar efetivamente aos estudos.
Seis meses que mudaram tudo
Em fevereiro de 2022, Luiza prestou sua primeira prova – a Defensoria Pública do Estado do Paraná – como teste.
Ficou a apenas 10 pontos do corte.
E ali percebeu: “Eu consigo, eu consigo fazer isso e eu preciso me dedicar muito, mas eu vou conseguir.”
Poucos meses depois, saiu o edital da Defensoria Pública do Estado do Amapá.
Luiza hesitou:
“Quando saiu o edital eu fiquei me questionando, né? Fazer essa prova é tão longe, é bastante gasto. E qual a chance de eu passar? A prova foi em agosto de 2022, eu estava com seis meses de estudo.”
Mas ela decidiu enfrentar:
“Vamos, a vida é assim, a gente tem que encarar, né? E eu gostaria muito de ter a experiência de ser Defensora no Norte, sempre falava isso para os meus colegas.”
E o resultado veio: aprovação na primeira fase em agosto de 2022, segunda fase em outubro do mesmo ano, e a tão sonhada aprovação final na prova oral em fevereiro de 2023.
Muitos dizem que Luiza passou “rápido demais”.
Mas ela faz questão de esclarecer:
“Sempre me falam: ‘Você passou muito rápido, né? Com seis meses de estudos já foi aprovada na primeira fase’. Mas a minha base foi construída durante toda a graduação. Então, não é como se eu tivesse realmente só seis meses estudando, é como se fossem seis meses de uma revisão mais ativa ali, mais eficaz de um tema que eu já tinha tido contato durante a graduação com mais profundidade.”
A montanha-russa emocional do concurseiro
Ao longo de sua jornada, Luiza prestou diversas provas: foi aprovada em Minas Gerais, Espírito Santo e Paraná (na segunda tentativa), mas não passou em Mato Grosso e São Paulo.
Sobre lidar com essa alternância entre sucessos e frustrações, ela é sincera:
“Realmente exige muito da nossa mente, um senso de autoconsciência muito grande. E eu não falo de um lugar em que eu não tenha sofrido. Eu sofria muito, eu chorava muito. Como todo bom concurseiro, a gente sofre, não tem jeito. E eu saía de todas as provas, seja qual fase fosse, eu saía já desacreditada. ‘Que que eu tô fazendo aqui? Eu não mereço estar aqui’. É sempre esse o pensamento, né?”
Mas Luiza encontrou força no apoio de colegas e família:
“Ao longo do percurso, eu tive um suporte muito grande dos meus colegas, da minha família, que acreditavam em mim quando eu não acreditava.”
E quando a angústia apertava?
“A gente chora um pouquinho aqui, abre o Vade Mecum e segue a luta. “
O método que funcionou
Luiza é enfática ao afirmar que um dos maiores erros dos concurseiros é não identificar o próprio método de estudo:
“Um dos maiores erros é não saber identificar o método que funciona para si e aderir a ele. Porque o que me cortou muito tempo foi justamente eu já saber que método de estudo funciona para mim e eu não ficar testando métodos alheios.”
O que deu certo:
1. Videoaulas + resumos
“Eu assistia videoaulas e a partir dessas videoaulas eu fazia os meus próprios resumos no computador. E esses resumos eles esgotavam o tema que eu tava estudando naquele dia.”
Seus resumos contiam:
- Conceitos em frases curtas
- Palavras-chave destacadas
- Legislação relevante
- Jurisprudências pertinentes (apenas o trecho mais importante, com data e tribunal)
“Eram resumos realmente muito enxutos. Eu não esgotava os temas. […] Não esgotava completamente o tema, porque nem seria humanamente possível fazer isso.”
2. Vade Mecum visual
“Eu usava um Vade Mecum que eu anotava para revisões de leitura que eu gosto muito. Como eu disse, eu sou muito visual, então eu gostava de anotar com cores, cada cor significando alguma coisa.”
3. Organização semanal estruturada
Luiza estudava duas matérias por dia, sempre as mesmas em cada dia da semana:
“Dia de segunda-feira era constitucional e penal. Toda segunda-feira eu estudava constitucional e penal. […] Na terça-feira já era civil e processo civil.”
Ela dedicava com maior prioridade às matérias base (Constitucional, Penal, Processo Penal, Civil, Processo Civil e Administrativo), estudava matérias menores aos finais de semana, e depois dedicava uma semana a outras matérias relevantes.
4. Simulados realistas
Apesar de não fazer questões isoladas regularmente, Luiza encontrou nos simulados uma ferramenta poderosa de preparação.
Essa prática a preparou tão bem que ela raramente precisava ficar até o final das provas reais, pois conseguia identificar rapidamente as respostas corretas.
“Questões no geral eu não costumava fazer, não era um hábito meu. Como eu disse, o método é realmente muito individual, porque tem gente que estuda só por questões. Eu não conseguia, não gostava. Eu fazia mais para conhecer os perfis da banca para as quais eu estava me preparando, mas simulados eu costumava fazer. Então, eu tirava um domingo e fazia um simulado real da prova. Então, era ali era quatro ou cinco horas de prova, dependendo da banca.”
O que não deu certo:
1. Estudo por doutrina
Logo no início de sua preparação específica para concursos, Luiza tentou estudar por doutrinas – livros extensos e aprofundados sobre cada matéria.
Apesar de ter esse hábito durante a faculdade, ela percebeu que para a dinâmica de um concurso público esse método consumia tempo demais, era financeiramente custoso e nem sempre havia identificação com o estilo de escrita dos autores.
A falta de aderência ao método fez com que os livros ficassem “de escanteio”, levando-a a abandonar essa estratégia e focar no que realmente funcionava para ela.
Da primeira fase à aprovação final
Luiza compartilha estratégias específicas para cada fase:
Primeira fase: prioridade para lei seca (leitura ativa, com grifos e anotações) e jurisprudências atualizadas, estudadas por tema.
Segunda fase: “O treino é muito essencial, tanto por questão de tempo como para se adaptar às exigências da banca.” Além disso, estudo aprofundado incluindo casos de sucesso da Defensoria.
Prova oral: era o maior medo de Luiza, mas se tornou sua fase preferida. “É a oportunidade que você tem de estar cara a cara com o examinador e mostrar para ele porque você veio.”
A Frase que guiou toda a trajetória
“O que tem de ser tem muita força. É uma frase que me guiou durante toda a minha trajetória, especialmente na Defensoria do Amapá, que inclusive eu até tatuei, eu trago ela no meu braço para sempre que eu precisar lembrar do por que eu estou aqui.”
E completa:
“A gente tem que estar preparado o tempo todo para quando a sorte vir, porque ela vem, ela vem sim.”
Direcionamento Nível Ênfase
Luiza é um exemplo de que aprovação “rápida” é, na verdade, resultado de anos de base sólida e meses de estudo inteligente e focado.
Ela prova que conhecer o próprio método, ter disciplina e saber escolher suas batalhas faz toda a diferença.
Se você também quer construir uma base sólida e otimizar seus estudos rumo à aprovação, clique aqui e comece sua jornada conosco.
E para assistir a entrevista completa do João Mendes Entrevista com Luiza Morata, clique aqui!
Abraço,
Time Ênfase