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ToggleEstrutura da prova
Composta por 120 questões de múltipla escolha e duração total de cinco horas, a etapa objetiva apresentou um modelo de avaliação técnico e seletivo, com quatro alternativas por item e apenas uma correta.
As questões foram distribuídas entre as seguintes disciplinas:
- Direito Processual Penal – 20 questões
- Direito Penal – 20 questões
- Direito Constitucional – 15 questões
- Direito Processual Civil – 16 questões
- Direito Civil – 10 questões
- Direito Administrativo – 7 questões
- Direito Ambiental – 8 questões
- Direito Eleitoral – 6 questões
- Direito Internacional Público – 4 questões
- Direito Econômico – 4 questões
- Direito Financeiro – 3 questões
- Direito Tributário – 3 questões
- Direito do Consumidor – 2 questões
- Direito Internacional Privado – 2 questões
Esse arranjo revela o protagonismo das disciplinas penais e processuais na matriz de cobrança, sem prejuízo da abordagem ampla e transversal que marca a atuação do Ministério Público Federal.
A estrutura da prova exigiu mais do que memorização de normas: cobrou do candidato a capacidade de articular fundamentos constitucionais, leitura sistêmica e raciocínio jurídico apurado.
Embora não tenha sido formalmente dividida em blocos, a prova evidenciou a intenção da banca de valorizar a leitura crítica, a integração entre ramos do Direito e a maturidade interpretativa, atributos centrais ao perfil institucional do cargo.
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Panorama normativo da prova objetiva
A análise da prova objetiva do MPF evidencia uma matriz de cobrança ancorada na legislação, mas entrelaçada, de forma expressiva, com outras fontes do Direito. O desenho normativo do exame exigiu do candidato mais do que domínio textual: cobrou articulação entre norma, jurisprudência e teoria, em um contexto que privilegiou a compreensão sistêmica do ordenamento jurídico.
A legislação “seca” apareceu de maneira isolada em 52% das 120 questões, confirmando seu papel como eixo estruturante da prova. Contudo, a exigência foi além: 13% das questões basearam-se exclusivamente em jurisprudência, enquanto outras 15% apresentaram abordagem combinada entre norma e precedentes. A doutrina, por sua vez, figurou como fundamento autônomo em 13% dos itens e foi articulada com a legislação em outros 8%.
Essa distribuição evidencia o compromisso da banca com uma avaliação que transcende o modelo meramente expositivo. A mera memorização de dispositivos legais, embora ainda relevante, não foi suficiente para garantir bom desempenho.
Em diversos momentos, a resolução das questões exigiu do candidato a capacidade de reconstruir o raciocínio decisório adotado pelos tribunais, interpretar a norma à luz de seus fundamentos e projetar soluções jurídicas coerentes com a dogmática contemporânea.
As questões, em sua maioria, foram construídas a partir de casos simulados, com enunciados densos e múltiplas camadas de análise. Houve forte incidência de temas sensíveis à atuação ministerial, como controle de constitucionalidade, persecução penal, tutela de interesses difusos e responsabilidade do Estado.
Nesses contextos, não bastava identificar o dispositivo aplicável: era necessário compreender sua função no sistema, interpretar sua aplicação à luz dos precedentes e sustentar, com segurança, a solução jurídica mais adequada.
A prova, assim, funcionou como verdadeiro filtro de maturidade jurídica. Mais do que premiar o volume de estudo, selecionou candidatos com domínio técnico integrado, senso institucional e aptidão para operar o Direito em sua concretude.
Destacaram-se aqueles que souberam mobilizar o conhecimento normativo, jurisprudencial e doutrinário de forma articulada, interpretando a realidade posta com base em fundamentos sólidos e linguagem precisa, perfil diretamente compatível com as exigências da função de Procurador da República.
Em síntese: o modelo de cobrança adotado pelo MPF reforça uma tendência já observada em concursos de alta performance jurídica — o abandono do decoreba e a valorização de competências analíticas, argumentativas e interpretativas. Quem encara o Direito como sistema funcional, e não como um emaranhado de regras isoladas, saiu na frente.
Distribuição das questões por disciplinas na prova objetiva do MPF
A prova objetiva do 31º Concurso para Procurador da República apresentou uma distribuição que reforça a centralidade das funções típicas do Ministério Público Federal, com ênfase nas disciplinas penais e processuais, sem descuidar das áreas constitucionais, administrativas e ambientais.
Lideraram o quadro Direito Penal e Direito Processual Penal, ambas com 17% das questões, seguidas por Direito Processual Civil (13%), Direito Constitucional (13%) e Direito Civil (8%). Na sequência, vieram Direito Ambiental (7%), Direito Administrativo (6%) e Direito Eleitoral (5%).
As disciplinas com menor incidência foram Direito Internacional Público, Direito Econômico, Direito Financeiro e Direito Tributário (3% cada), encerrando com Direito Internacional Privado e Direito do Consumidor, responsável por 3% cada.
Essa arquitetura de cobrança revela um concurso que, embora centrado nas atribuições penais e processuais do cargo, exigiu do candidato um domínio transversal e tecnicamente refinado das diversas áreas do Direito.
Dentre os temas de maior destaque por disciplina, observou-se:
- Direito Penal: crimes em espécie (7), lei penal (2) e legislação penal especial (2) — total de 20 questões, com forte predominância da legislação (95%) e apenas 1 questão fundamentada exclusivamente em teoria (5%);
- Direito Processual Penal: competência criminal (4), medidas cautelares (3), atos processuais (2) e recursos criminais em espécie (2) — total de 20 questões, com distribuição entre teoria (35%), jurisprudência (15%), legislação (10%), legislação e jurisprudência (20%) e legislação e teoria (20%);
- Direito Constitucional: direitos e garantias fundamentais (3), organização do Estado (2), controle de constitucionalidade (2) e tributação e orçamento (2) — total de 15 questões, com predominância jurisprudencial (53%), seguidas por teoria (13%), legislação (13%), legislação e jurisprudência (13%) e legislação e teoria (7%);
- Direito Processual Civil: tutela coletiva (4), normas fundamentais do processo (2), meios de impugnação (1) — total de 16 questões, com predominância de abordagem legislativa (75%), seguida por legislação e teoria (19%) e jurisprudência (6%);
- Direito Civil: Pessoas jurídicas, prazos, ônus de prova em relações de consumo, princípio da boa-fé, Direitos reais, negócio jurídico e relações obrigacionais, fato jurídico no direito civil, bens jurídicos, modalidades de obrigações — total de 10 questões, com prevalência de teoria (60%), legislação (30%) e jurisprudência (10%);
- Direito Ambiental: Legislação ambiental no Brasil, Política Nacional e o Sistema Nacional do Meio Ambiente, princípios, Normas Constitucionais Relativas à Proteção Ambiental, Meio Ambiente e o Direito Ambiental, Espaços Territoriais Especialmente Protegidos, Responsabilidade Civil por Danos Ambientais, Patrimônio Cultural — total de 8 questões, com predominância legislativa (50%), jurisprudência (25%) e legislação e jurisprudência (13%);
- Direito Administrativo: Improbidade Administrativa (2 questões), Direito Administrativo Disciplinar, Ato Administrativo, Responsabilidade Civil do Estado, Organização Administrativa, Princípios Administrativos — total de 7 questões, sendo 6 pautadas por legislação e jurisprudência (86%) e 1 exclusivamente legislativa (14%);
- Direito Eleitoral: direitos políticos (2 questões), justiça eleitoral, nulidades dos votos e da eleição, partidos políticos e coligações, propaganda eleitoral — total de 6 questões, igualmente distribuídas entre legislação (50%) e legislação com jurisprudência (50%);
- Direito Internacional Público: Direito Internacional Penal e Direito Penal Internacional, direito dos tratados, cooperação jurídica internacional, direito internacional dos Direitos Humanos — total de 4 questões, todas com base exclusivamente legislativa (100%);
- Direito Econômico: direito da concorrência (3) e Direito da Concorrência (3 questões), intervenção do Estado no domínio econômico (1 questão) — total de 4 questões, com abordagem exclusivamente legislativa (100%);
- Direito Financeiro: lei de responsabilidade fiscal (2) e orçamentos públicos — total de 3 questões, todas com base legislativa (100%);
- Direito Tributário: Limitações Constitucionais ao Poder de Tributar (2 questões), temas especiais (1 questão)— total de 3 questões, com ênfase exclusiva em legislação (100%);
- Direito do Consumidor: Proteção Contratual pelo CDC, banco de dados e cadastro de consumidores — total de 2 questões, ambas com abordagem combinada entre legislação e jurisprudência (100%);
- Direito Internacional Privado: homologação de sentença estrangeira, direito de família e direito internacional privado — total de 2 questões, ambas com base exclusivamente legislativa (100%).
Esse panorama revela uma prova densa, interdisciplinar e tecnicamente exigente,fiel ao perfil das avaliações realizadas diretamente pelo MPF, que preza por densidade técnica, interdisciplinaridade e forte articulação entre fontes normativas, doutrinárias e jurisprudenciais. A banca optou por priorizar a capacidade de articulação entre múltiplas fontes: norma, doutrina e jurisprudência, exigindo raciocínio jurídico contextualizado e domínio da aplicação prática do Direito.
Em síntese: a literalidade da norma foi apenas ponto de partida. Destacaram-se os candidatos que compreenderam o Direito como sistema integrado e funcional, articulando fundamentos, regras e precedentes com maturidade técnica e visão institucional.
Critérios de habilitação e classificação na prova objetiva do MPF
A sistemática de habilitação e classificação na prova objetiva do 31º Concurso para Procurador da República está detalhadamente prevista no Edital e regulamentada pela Resolução CSMPF nº 235/2024. O modelo adotado combina critérios eliminatórios e classificatórios, refletindo uma lógica de seleção que valoriza tanto o desempenho absoluto quanto a competitividade relativa entre os candidatos. A seguir, destacam-se os principais parâmetros que regem essa etapa do certame.
- Aproveitamento mínimo: é eliminado o candidato que não alcança pelo menos 60% de acertos na prova objetiva.
- Classificação geral: seguem para a etapa subjetiva os 300 candidatos com maior nota, conforme apuração da lista geral.
- Regras para cotistas: o limite de 300 convocados não se aplica a candidatos negros, indígenas e pessoas com deficiência — basta que atinjam o percentual mínimo de 60% para garantir classificação à fase seguinte.
- Critério de desempate: todos os candidatos empatados na última posição de cada lista de classificação são admitidos para a próxima fase, ainda que isso ultrapasse o número originalmente previsto.
- Correção da prova: para cada conjunto de quatro respostas erradas, desconta-se o valor de uma resposta certa, o que exige estratégia e segurança nas escolhas.
- Alternativa de “não sei”: cada questão apresenta uma quinta opção para indicar desconhecimento, o que permite ao candidato evitar penalidades por tentativa aleatória.
- Anulação de questões: se identificado erro material ou vício na formulação, a pontuação da questão anulada é atribuída a todos os candidatos, nos termos do regulamento.
- Recursos: admite-se a interposição de recurso no prazo de três dias úteis após a divulgação do gabarito preliminar, com possibilidade de questionamento quanto à nulidade ou correção de alternativas.
Esse conjunto de critérios evidencia a preocupação da banca em assegurar um processo seletivo tecnicamente rigoroso, transparente e aderente aos princípios da isonomia. A combinação entre pontuação mínima, ranqueamento classificatório e mecanismos de inclusão reflete uma seleção comprometida tanto com a excelência quanto com a diversidade, exigindo dos candidatos não apenas domínio jurídico, mas também estratégia e equilíbrio emocional diante das escolhas feitas na prova objetiva.
Perfil da cobrança e grau de complexidade da prova
A prova objetiva do MPF 2025 apresentou um perfil compatível com o nível de excelência exigido para o cargo de Procurador da República, com ênfase na maturidade técnica e na capacidade analítica dos candidatos. A seguir, destacam-se os principais traços estruturais e qualitativos do exame:
- Tempo e estratégia: o número elevado de questões, somado à possibilidade de penalização por erro (uma certa anulada a cada quatro erradas), impôs uma lógica estratégica de resolução, estimulando escolhas conscientes e controle emocional.
- Enunciados extensos: muitas questões foram construídas com base em casos concretos e narrativas densas, exigindo interpretação apurada, leitura crítica e raciocínio jurídico aplicado — não bastava conhecer a norma; era necessário saber utilizá-la em contextos práticos.
- Interdisciplinaridade: o exame não segmentou rigidamente os ramos do Direito. Ao contrário, valorizou o trânsito entre disciplinas, exigindo dos candidatos articulação entre normas constitucionais, processuais, civis, penais e princípios administrativos, característica esperada da atuação funcional no Ministério Público Federal.
- Exigência de profundidade: a literalidade normativa serviu como ponto de partida, mas não foi suficiente. A banca valorizou abordagens interpretativas que conectassem jurisprudência, doutrina e princípios constitucionais.
- Postura institucional exigida: o modelo de prova priorizou candidatos capazes de demonstrar não só domínio técnico, mas também discernimento jurídico, visão crítica e alinhamento com o papel constitucional do MPF — defesa da ordem jurídica, dos interesses sociais e da probidade administrativa.
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Nesse contexto, a prova não apenas avaliou conhecimento jurídico, mas serviu como verdadeiro filtro de perfil, selecionando aqueles que demonstraram domínio técnico, raciocínio jurídico refinado e aderência aos valores que norteiam a atuação do Ministério Público Federal.
Caminhos possíveis a partir do resultado
Para os candidatos que não alcançaram o desempenho desejado, este é um momento oportuno para reavaliar a metodologia de estudo. A prova destacou a importância da leitura crítica da legislação, do domínio da jurisprudência e da capacidade de resolver problemas jurídicos complexos. Não se trata de recomeçar do zero, mas de planejar os próximos passos com maior estratégia e maturidade.
Para os candidatos habilitados, a atenção deve se voltar para as fases subjetivas e orais. A escrita jurídica precisa, o domínio dos precedentes e a articulação argumentativa em alto nível serão decisivos. A aprovação não é apenas uma questão de conhecimento, mas de profundidade de análise, segurança na exposição e capacidade de julgar e fundamentar com equilíbrio.
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Essas histórias mostram que o tempo, as pausas e os desvios não são o fim da linha — são parte do caminho de quem chega lá.
A caminhada rumo ao MPF é dura, mas plenamente viável para quem alia técnica refinada, constância estratégica e propósito institucional. A prova objetiva foi apenas a primeira triagem. As fases seguintes exigirão densidade argumentativa, domínio da linguagem escrita e maturidade para sustentar teses com responsabilidade e precisão.
O MPF não busca apenas bons concurseiros. Busca futuros Procuradores da República: agentes públicos com iniciativa, visão crítica, firmeza institucional e compromisso real com os valores constitucionais.
Esse perfil não nasce por acaso. Ele se constrói com estudo qualificado, revisões intencionais e coragem para enfrentar o processo seletivo como etapa de lapidação. Aprovação, aqui, não é obra do acaso — é projeto. E projeto se alimenta de método, foco e resiliência.
Conclusão
A prova objetiva do 31º Concurso para Procurador da República reforçou o perfil de avaliação exigente e tecnicamente refinada esperado para os certames do Ministério Público Federal. Com 120 questões abrangendo diversas disciplinas e um modelo de cobrança que valorizou a Legislação (52%), mas com significativa incidência de Jurisprudência (13% exclusiva, 15% combinada com legislação) e Teoria (13% exclusiva, 7% combinada com legislação), a prova evidenciou que o domínio textual da norma não é suficiente.
Exige-se do candidato a capacidade de interpretação sistêmica, raciocínio jurídico refinado e proficiência na aplicação integrada das diversas fontes do Direito.
Mais do que medir conteúdo, o concurso busca identificar futuros membros do Ministério Público com perfil decisório, visão institucional e compromisso com a Constituição, capazes de interpretar, decidir e fundamentar com responsabilidade e visão sistêmica do ordenamento jurídico
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Agora que você compreende o perfil da cobrança e os critérios adotados, é hora de planejar os próximos passos com clareza e método.
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Com simulados autorais, questões comentadas e orientação especializada, traçamos, junto com você, o caminho até a magistratura federal.
Porque, para o Ênfase, a aprovação é só o começo, nosso compromisso é com a sua trajetória.
Escrito por Letícia dos Santos Trajano. Graduada em Direito pela UERJ. Pós-graduanda em Advocacia Trabalhista e Previdenciária. Revisora Jurídica no Curso Ênfase.
Curso Ênfase – Pela mão até a aprovação!