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ToggleO que é Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) instituída pela Reforma Tributária?
A Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) é um dos principais pilares da Reforma Tributária do Brasil.
Essa contribuição, de natureza federal, foi proposta para substituir dois tributos federais sobre o consumo: o PIS (Programa de Integração Social) e a COFINS (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social).
A CBS está inserida no contexto da criação de um Imposto sobre Valor Adicionado (IVA) dual, juntamente com o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) de competência estadual e municipal.
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A proposta da CBS busca simplificar o sistema tributário brasileiro, reduzindo a complexidade e os custos de conformidade para as empresas.
Além disso, visa aumentar a eficiência na arrecadação e melhorar a distribuição de carga tributária, promovendo um ambiente mais favorável aos negócios e ao crescimento econômico.
É importante destacar que a implementação da CBS ainda depende da definição de legislação complementar para regulamentar o novo tributo.
Além disso, sempre que houver isenção de IBS (Imposto Sobre Bens e Serviços), automaticamente haverá isenção de CBS, e onde o IBS incidir, ocorrerá o fato gerador da CBS.
Portanto, embora a CBS represente uma tentativa de modernização e simplificação do sistema tributário brasileiro, sua eficácia e impactos reais ainda estão sujeitos a debate e análise.
Como será calculada a CBS?
A Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) será calculada com base no valor agregado em cada etapa da cadeia produtiva e comercial, seguindo o princípio da não cumulatividade.
Isso significa que a CBS incidirá apenas sobre o valor agregado em cada etapa de produção e comercialização de bens e serviços, permitindo que as empresas deduzam o valor pago nas etapas anteriores da cadeia produtiva.
O cálculo da CBS será realizado de forma similar ao que acontece com o PIS (Programa de Integração Social) e a COFINS (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social), tributos que a CBS substituirá.
Portanto, as empresas continuarão a apurar o valor devido da CBS com base em suas receitas auferidas, aplicando a alíquota correspondente sobre o valor agregado em cada operação.
Para facilitar a implementação e a conformidade tributária, serão estabelecidas regras claras e procedimentos simplificados para o cálculo, recolhimento e declaração da CBS.
No entanto, é importante ressaltar que os detalhes específicos sobre a forma como a CBS será calculada ainda estão sujeitos a definições legais.
Como funciona a CBS?
O sistema da CBS funciona de maneira semelhante ao modelo adotado pelo PIS e pela COFINS, porém, com algumas diferenças importantes.
Em vez de incidir sobre a receita bruta das empresas, a CBS será calculada com base no valor agregado em cada etapa da produção e comercialização de bens e serviços.
Para calcular a CBS, as empresas deduzem o valor pago nas etapas anteriores da cadeia produtiva, garantindo que o tributo incida apenas sobre o valor agregado em cada operação. Isso significa que apenas a diferença entre o valor das vendas e o valor das compras, considerando os insumos e custos relacionados, será efetivamente tributada.
O objetivo desse modelo é eliminar a cumulatividade dos tributos, reduzir a complexidade do sistema tributário e promover maior justiça fiscal.
Além disso, a CBS busca simplificar o processo de arrecadação e fiscalização, tornando mais transparente e eficiente o recolhimento dos tributos.
No entanto, é importante ressaltar que a implementação e o funcionamento detalhado da CBS estão sujeitos a definições legais e regulamentares que serão estabelecidas por meio de legislação complementar.
Qual será a alíquota da CBS?
Após a aprovação da Reforma Tributária em 2023, os anos de 2024 e 2025 assumem um papel crucial na fase de regulamentação.
Durante esse período, espera-se uma intensa atividade legislativa, com debates acalorados, revisões e a promulgação de leis que estabelecerão os fundamentos do novo sistema tributário.
Contudo, os impactos tangíveis dessa reforma só serão verdadeiramente percebidos a partir de 2026.
Em 2026, está previsto o início da vigência de uma alíquota de 0,9% para a CBS, substituindo as alíquotas atuais de PIS e COFINS, como uma medida para testar e operacionalizar a cobrança e o pagamento desse novo tributo.
Já em 2027, a CBS será integralmente implementada, levando à extinção do PIS e da COFINS, além da redução das alíquotas do IPI.
De acordo com projeções do Ministério da Fazenda, espera-se que a alíquota-padrão somada da CBS e do IBS oscile entre 25,9% e 27,5%.
No entanto, a definição precisa dessas alíquotas aguarda o processo legislativo formal, o que traz uma dose de incerteza ao cenário tributário até que o projeto de lei complementar seja devidamente promulgado.
Clique aqui para ficar por dentro dos objetivos e da expectativas da Reforma Tributária.
Clique aqui para saber mais sobre a Reforma Tributária: Novo Marco nos Impostos sobre Consumo.
Quais são os impactos da CBS no cenário brasileiro?
A introdução da Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) como parte da Reforma Tributária tem diversos impactos no cenário brasileiro.
Alguns dos principais incluem:
- Simplificação do sistema tributário: A CBS substitui os complexos impostos sobre o consumo, como PIS e COFINS, por uma única contribuição, o que simplifica o sistema tributário para empresas e contribuintes.
- Redução da carga administrativa: Com a unificação dos tributos, as empresas enfrentarão menos burocracia e custos administrativos para calcular e pagar seus impostos, o que pode aumentar sua eficiência operacional.
- Aumento da transparência: A CBS promove uma maior transparência na cobrança de tributos, uma vez que os contribuintes poderão entender melhor as alíquotas e como elas afetam seus negócios e consumidores.
- Estímulo ao investimento: Uma tributação mais clara e previsível pode incentivar o investimento e o empreendedorismo, pois reduz a incerteza e os riscos associados à complexidade do sistema tributário anterior.
- Impacto nos preços ao consumidor: Dependendo de como as empresas repassam os custos da CBS para os preços dos produtos e serviços, pode haver impacto nos preços ao consumidor final, o que pode afetar o poder de compra e o comportamento de consumo.
- Repercussões na distribuição de renda: Mudanças na tributação podem ter implicações na distribuição de renda, afetando de maneira diferente os diferentes estratos da sociedade. É importante monitorar esses efeitos para garantir que a reforma seja equitativa.
- Competitividade internacional: A simplificação e modernização do sistema tributário podem aumentar a competitividade das empresas brasileiras no cenário internacional, tornando o país mais atraente para investidores estrangeiros e favorecendo as exportações.
Em resumo, os impactos da CBS no cenário brasileiro são amplos e variados, abrangendo desde a simplificação e transparência do sistema tributário até suas repercussões nos preços, na distribuição de renda e na competitividade internacional.
A implementação eficaz e a monitorização constante são essenciais para garantir que a reforma atinja seus objetivos de forma equilibrada e benéfica para a economia como um todo.
Conclusão
Em suma, a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) emerge como uma peça fundamental na reconstrução do panorama tributário brasileiro.
Sua introdução, como parte da ampla Reforma Tributária, promete simplificar o sistema, reduzir custos administrativos para as empresas e aumentar a transparência e eficácia na arrecadação de tributos.
No entanto, seu sucesso dependerá não apenas da implementação eficiente, mas também da capacidade de adaptação e ajuste ao longo do tempo, à medida que a economia e as necessidades do país evoluem.
Escrito por Mariana Garcia da Silveira. Graduada em Direito pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Pós-graduada em Direito Tributário. Revisora Jurídica no Curso Ênfase.
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